VAMOS LUTAR POR UM FUTURO PARA OS NOSSOS FILHOS E PORTUGAL
Desde muito novo, concretamente
desde os 13 anos, que, influenciado pelo meu irmão que é 4 anos e meio mais
velho que eu, tenho ideias contra todo o tipo de opressão e exploração de quem
trabalha. Aos 17 anos fui preso pela PIDE/DGS mas estive lá pouco tempo devido
a ser menor. Quando aconteceu o 25 de Abril senti uma alegria muito grande pois
pensava que vinha aí o princípio do fim da exploração de quem trabalha. Saí
para a rua, escrevi e distribuí panfletos, pendurei-me em postes e subi a
árvores para fazer discursos e tentar influenciar as pessoas a lutarem e
tentarem transformar o golpe de estado numa verdadeira revolução que permitisse
ás pessoas que trabalham terem uma vida digna. Deixei de estudar e comecei a
trabalhar porque achava e acho que só quem trabalha no duro e sente a
exploração pode ser um verdadeiro revolucionário. Infelizmente a 25 de Novembro
houve um contra golpe que abriu caminho para o descalabro que se vive hoje em
dia. Os militares considerados de esquerda, com medo de uma guerra civil,
conjuntamente com os partidos ditos de esquerda, acobardaram-se e não fizeram
frente ao Jaime Neves e companhia. Simplesmente desistiram abandonando aqueles
que diziam defender, os trabalhadores e a população em geral, ao deus dará.
Desiludido com a situação e
também impelido pelo espírito de aventura e desejo de conhecer novos países
próprio da juventude comecei a correr mundo. Tive em muitos países e muitos
anos sem regressar a Portugal. Em 1991 quando pela 1ª vez regressei ao nosso
país, tive um choque muito grande ao ver que antigos 'camaradas' meus que se
diziam de esquerda e do lado dos trabalhadores estarem inseridos em partidos
como o PSD e o PS. Alguns deles eram ou foram membros dos sucessivos governos
que temos tido Mais desiludido fiquei. Mas como havia ainda trabalho com
fartura mais uma vez dei corda aos sapatos e fui para outros países. Deixei de
pensar na política e não me preocupei muito com Portugal pois via as pessoas a
trabalhar e mais ao menos felizes da vida. Não me apercebi da cama que eles nos
estavam a preparar.
Como a maior parte das pessoas
não percebi que a entrada na União Europeia foi o principio da destruição de
Portugal. As pessoas andavam todas contentes porque entrava dinheiro a rodos no
país que permitia que os bancos nos emprestassem dinheiro para comprarmos casas
e carros e ter uma vida melhor. Mas a entrada desse dinheiro tinha um preço. A
submissão aos interesses de países como a Alemanha e França. Grandes companhias
como a Mague Uma empresa de metalomecânica ao nível das melhores do mundo), a
Sorefame (lembram-se das carruagens que vemos nos filmes americanos? Pois
muitas delas foram feitas na Venda Nova), a Equimetal (especialista a fazer
turbinas que eram na maior parte das vezes compradas pelos italianos), A Lisnave
(na altura considerada uma das melhores empresas de reparação naval do mundo) e
muitas outras como a Cometna, a Covina, etc., foram desaparecendo para que os
alemães, italianos e franceses pudessem ter mais espaço de manobra com as
companhias deles.
A entrada na moeda única destruiu
a indústria têxtil e muitas outras pois
com o alto valor do euro não podiam concorrer com os indianos e chineses. Muito
antes já a famosa lei Barreto tinha destruído a reforma agrária e com isso a
nossa agricultura. Com a entrega dos latifúndios aos grandes latifundiários
deixou-se de ter trigo e outras culturas para termos coutadas de caça ou
simplesmente serem deixados ao abandono. E existem muito mais exemplos da
destruição sistemática da indústria, agricultura e pescas do nosso país. Mas
não foi só a entrada na UE e no euro que começou a destruir o nosso país.
Entraram biliões no nosso país. Dinheiro que podia, se bem utilizado, ter
contribuído para a criação de novas indústrias e desenvolvimento do nosso país.
Mas quem nos tem governado tem tido sempre a preocupação de encher os seus
bolsos assim como os dos seus amigos estando-se nas tintas para Portugal e para
os portugueses. Ah!...Fizeram alguma coisa. Fartaram-se de construir auto
estradas e outras infra estruturas. Só que elas não servem para nada pois não
temos produtos para escoar e vender. Mas, como ia dizendo, esqueceram-se duma
coisa. É que esse dinheiro tinha de ser pago. E que sem indústria não há
produção de riqueza. E que sem produção de riqueza não há maneira de pagar.
Também se esquecerem que sem industria, agricultura e pescas não há trabalho. E
que sem trabalho há desemprego e não há dinheiro. E que sem dinheiro não há
consumo e portanto não há comércio. Concluindo: não há economia!
Então os nossos governantes
tiveram uma ideia genial. Foram pedir dinheiro ao FMI. Estes disseram sim
senhor mas agora somos nós que mandamos e vocês vão fazer as coisas como nós
queremos. Mais vão ter de pagar isso tudo com juros altíssimos. Os nossos
governantes como bons lacaios que são disseram que não há problema. Somos bons
pagadores.
Andavam ás voltas todos
enrascados a pensar como pagariam, pois não havendo produção de riqueza não há
dinheiro, quando o genial Gaspar teve uma ideia genial. Eureka disse ele. Já
tenho a solução. Vamos roubar os portugueses. Aumentamos os impostos, criamos
impostos especiais, roubamos as pensões aos reformados, despedimos os
funcionários públicos, pomos as pessoas a trabalhar por ordenados inferiores ao
ordenado mínimo, vendemos o pouco que o país ainda tem em nome dele e já está.
Enchemos os nossos bolsos, permitimos que os nossos amigos patrões roubem á
descarada os seus empregados para eles poderem também pagar-nos impostos (claro
que os patrões são perdoados quando não pagam) ajudamos os nossos amigos
banqueiros porque são eles que nos sustentam e tentamos tapar os olhos aos
portugueses com a desculpa da crise e que a culpa foi do PS. Claro que vamos
ser corridos nas próximas eleições. Mas isso que se lixe pois já estamos podres
de dinheiro e os que vierem a seguir que se desenrasquem.
Claro que o PS vai ganhar as
eleições. E aí que vai acontecer? Vira o disco e toca o mesmo. Vão dizer que o
PSD destruiu isto tudo, que temos de honrar os compromissos com o FMI e vão
também roubar-nos e enganar-nos. Contam com o facto das pessoas se terem
esquecido que foi o Mário Soares que começou a destruir Portugal e do Sócrates
ao pé do Passos ser um santinho. Entretanto os betinhos do Bloco de Esquerda e
o PCP vão mandando bocas contra o estado de coisas e convocando algumas
manifestações que é para também irem mantendo os seus lugares e comerem na
mesma mesa que os outros. Com as manifestações e bocas pode bem este governo.
Mesmo que haja greves gerais o governo também não se preocupa muito pois sabe
que não há indústrias que elas possam afectar. A nível dos transportes fazem
requisições civis e vão colmatando as lacunas. Também sabem que a maioria dos
portugueses tem carro.
Estamos assim entregues á
bicharada. Hoje quem nos governa é o crime institucionalizado. Ele é um polvo
cujos tentáculos começam no governo, passando por todos os partidos, Assembleia
da República, presidente da república, autarquias, sistema judicial e até
sistema de saúde. Somos governados por um bando de gângsteres, uma autêntica
máfia política cuja única intenção é roubar o povo e destruir Portugal o mais
que puder. E vão revezando-se nos assentos. Uma vez és tu. Outra vez sou eu.
Isso, se não for feito nada, vai
levar á desintegração de Portugal e á extinção dos portugueses. Por isso temos
de nos unir e lutar. Temos de nos organizar e utilizar formas de luta violenta.
È absolutamente necessário para a nossa sobrevivência que exterminemos (e quero
dizer isso mesmo, exterminar), toda a classe política e toda a máquina
governativa. É preciso destruir isso tudo para eliminar de vez o cancro. E
construir tudo de novo com pessoas do povo e honestas que saibam o que é
trabalhar no duro. É preciso criarmos leis duras para combater todo o tipo de
corrupção. É preciso fomentar a honestidade, o amor a Portugal e ao seu povo
como virtudes e não males. Para isso temos de começar a organizarmo-nos e
unirmo-nos. Temos de deixar para trás a mentalidade de o que importa é eu
safar-me e os outros que se lixem pois é isso que eles querem. Querem ver-nos á
porrada uns com os outros. Temos de começar a arranjar armas e começar a
convencer os militares que o dever deles é estar ao lado do povo e defender
Portugal. Só unidos, organizados e de forma violenta (infelizmente) é que
conseguiremos mudar o estado de coisas. Nós não precisamos de um novo 25 de
Abril. Precisamos de uma revolução a sério. E devemos fazer isso porque
queremos um Portugal independente e livre, onde todos possam trabalhar e ter
uma vida digna. Onde os reformados não sejam deitados para o lixo e possam ter
um fim de vida digno e em paz assim como todos possam ter acesso á saúde (sim
porque hoje a saúde é um luxo). Onde não estejamos subjugados ao novo império
germano e á oligarquia tecnocrata que governa o mundo. Quem não for cobarde,
ame Portugal e queira dar um futuro digno aos filhos que diga presente para
começarmo-nos a organizar e iniciar a luta. Para fazer uma revolução não é
preciso o povo todo. Mas é necessário que a façamos para bem do povo. E se
fizermos uma revolução aqui em Portugal estaremos a contribuir para o bem da
humanidade.